segunda-feira, 29 de julho de 2013

Solidão de Bicho

Por vezes, encontro o Ibrahim, só, no meio da multidão...
Em festas, ou em breves passeios, consigo sentir a sua solidão...
A caminhar num ritmo só dele, sem influencia de terceiros, os olhos em pontos indefinidos...
Lá vai, ou está, ele, só...
Não pensem que esta solidão obriga a tristeza, claro que por vezes o faz com valor nostálgico, todos vós, Humanos, sentem a falta... Mesmo desconhecendo exactamente o quê...
É, na maior parte das vezes, apenas uma forma de se procurar, de se reequilibrar, uma necessidade maior de procurar compreender o somatório dos seus actos, dos assimilados, dos irreflectidos, das vontades, dos desejos que o exterior vos obriga... Ou meramente uma força, cuja compreensão vos, provavelmente, nos, ultrapassa! Seja como for, todos, e quando digo todos, não é uma mera observação estatística, é mesmo todos! Todos vós humanos! Se não o fizessem perderiam a vossa condição. Humanos não seriam mais...
Sim, não acontece apenas ao Ibrahim... Mas sinto-o nele de uma forma diferente.
Assim, de tempos a tempos, sinto a solidão no Ibrahim.
Está cá, mas sem cá estar!
Está só. A caminhar em si...
Numa incessante procura!
E eu, cujo a condição de Bicho, me obriga a ser, além-individuo...
Sinto, através dele, o paradoxo da solidão...

Bicho

1 comentário:

  1. Nem todas a solidões são dolorosas; há várias solidões em cada Bicho. Há um Ibrahim que um dia deita fora a solidão, outro adormece-a como a criança que ele criou. Já faz parte dele porque já nasceu para o acompanhar. E começa a saber conviver com essa solidão, umas vezes áspera outras doce. E mesmo acompanhada por vários Ibrains, sente um azedo na amargura que nunca conseguiu que fosse doce. Só os Bichos afins sentem solidões que eles próprios não entendem. Mas é na solidão,o não sentir só, que se ouve ao cânticos só entendidos e audíveis por alguns!
    Imenso Abraço

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