sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um sorriso sem fim...

A Primavera não surgia!
Procurava os rebentos nas árvores que não brotavam, flores que teimosamente não se abriam...
Zuniam perdidos os insectos,  os animais, deambulavam ausentes entre campos de aspecto recolhido...
Visto o horizonte, toda a terra apresentava um tom cinza, uma palidez suspensa...
Perguntei as plantas e aos seres da natureza o que estava a acontecer? Mas a resposta, eu não conseguia compreender. Murmuravam adormecidos...
Sentei me com eles a aguardar qualquer alteração, e também eu, comecei a adormecer a entregar-me ao comum estado letárgico...
Até que senti uma mão que se aproximava , não apenas de mim, mas de todos nós que partilhávamos a dormência.
Os pássaros, os insectos, as plantas, os homens, os bichos de todo o mundo, os rios que pouco a pouco se transformavam em lagos, tudo que parara...
Quando finalmente nos atingiu, sacudiu com violência! Ouviram-se trovões. Rasgou-se a terra.  Galgou as fronteiras o mar. Ergueram-se montanhas em espasmo. Expandiu-se ao poço mais fundo o céu....
E no fim... no local mais fértil...  no local mais profundo de todos nós... essa mão! Gentilmente colocou uma semente...
Trazia um sorriso, trazia um olhar, trazia alegria, trazia uma vida...
As flores abriram...
Os pássaros cantaram...
As crianças sorriram...
Para que cada momento da vida, nunca tenha um fim...
Para que eternamente sejamos todos, um!

Bicho



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