terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ajuda de Bicho!

Cruzava um parque de estacionamento...
Quando um automóvel executava uma difícil manobra. No lugar do condutor encontrava-se uma jovem humana que demonstrava alguma dificuldade em a efectuar. Pois o veículo encontrava-se entalado entre baixos obstáculos, que da posição de condução não eram visíveis.
 Ao aperceber-me dessa situação, e apesar de não conduzir... Compreendo as distancias! Dei uma pequena ajuda na manobra. Posicionei-me em local visível  e com linguagem gestual indiquei o limite antes do embate.
 Agradeceu-me com um sorriso e um aceno.
Os humanos logo comentaram: Ah!! nem moedinha!
Olhei-os com espanto! Alguns compreendendo o meu olhar, ainda acrescentaram: Eu é que não me punha a fazer de arrumador...

O comentário criou em mim uma certa tristeza.
 É esta a visão dos humanos? Um pequeno acto de ajuda, tão insignificante...
 Os humanos parecem condicionados à relação de proveito dos seus actos!
 Fiz o bem, paga-me! Se lhe pagam esse acto continuará a ser um acto de bem? Para além disso, que incomodo poderá ser criado pela representação de uma acção? O medo de ser confundido com outro ser Humano...Receiam a leitura dos outros homens, como se ao partilharem uma actividade, esta lhes roubasse parte do ser, parte da sua dignidade. Que parte da dignidade poderá ser roubada na ajuda?

Eu, Bicho, Pago-me com o meu acto! Ver reconhecido no outro, Bicho ou Humano, a gratidão do pequeno gesto, não é em si, paga de nada! Agradeceu espontaneamente, é porque se sentiu agradecida! Está feito!

Não são as grandes acções de maldade que me assustam no ser humano.
 Li a sua história, apreendi o que são capazes!
Mesmo naqueles que leio os corações e vejo bondade e ternura, acabam em certos momentos ter pequenas acções de discordância com a leitura que faço deles. Nesse momento sinto-me perdido. Como todos os humanos tivessem consigo dois seres.
 Vocês, humanos, têm noção disso! Não é à toa que a em tantas situações aparece o tal jogo do anjo e do diabo...
Deve ser complicado ter a permanente escolha!
Melhor sorte calhou à minha espécie! Nem compreendo o conceito de escolha, mesmo que a tome de uma forma não cosciente..
Fica mais fácil a minha existência, não ter que escolher as minhas acções, ajo!
Julgo serem acções de bem!
Acho!
Espero que sim.

Bicho

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